domingo, 1 de julho de 2012

FairIdeas - Para que os investimentos agrícolas funcionem para pequenos agricultores

     O evento Fair Ideas teve fim no dia 17 de junho e foram ministradas diversas palestras durante todo o dia.

     Uma das palestras teve como tema “Para que os investimentos agrícolas funcionem para pequenos agricultores”, e teve como presidente da sessão Lindiwe Majele Sibanda, Presidente-Diretora-Executiva e responsável da Missão Diplomática da África do Sul, além de os palestrantes Ruud van Eck, Diretor da Diligent Energy Systems, Sara Namirembe, analista de pesquisas e coordenadora do Pro-poor Rewards for Environmental Services in Africa (PRESA) e Alessandra da Costa Lunas, da Conferência Nacional dos Trabalhadores na Agricultura.

     O objetivo da palestra foi discutir sobre o investimento do setor privado na agricultura, com um foco nos modelos de investimento que apoiam e reforçam as aspirações dos pequenos agricultores.

   Alessandra comentou sobre os dados da agricultura familiar no Brasil: “Os dados oficiais são de que existem 4,5 milhões de propriedades agrícolas familiares, sendo que esses dados na verdade estão muito abaixo dos valores reais, devido à falta de regularização fundiária. Estima-se que estas propriedades atinjam cerca de 20% do território brasileiro, sendo que 70% dos alimentos que vão as mesas dos brasileiros provem delas”. Comentou também sobre a necessidade de se reconhecer e identificar as famílias que trabalham na própria terra e usam da mesma para se alimentar e sobreviver.
Alessandra prosseguiu dizendo que além da identificação das terras, existe a necessidade da criação de politicas públicas que proporcionem formas de investimentos que sejam capazes de fortalecer a agricultura familiar. Investimento em tecnologias, por exemplo, além de uma reforma agrária integral, que em outras palavras é o acesso a terra com políticas publicas estabelecidas que atingissem todas as necessidades da família, dando condição de gerirem suas propriedades para que possam produzir e também comercializar alimentos.

    Durante a palestra foram feitas comparações entre a agricultura familiar brasileira e africana. Sara disse que na África do Sul chama-se de fazenda de pequena escala, e que a terra tem até dois hectares, e uma média de seis pessoas vivendo na mesma. Há uma diferença entre as propriedades próximas a centros urbanos e propriedades localizadas em zonas rurais. As mais próximas tem fácil acesso ao mercado local, já as que permanecem nas áreas rurais tem menos benefícios em termo de estrutura. Ambas se alimentam da própria produção, porém as localizadas em áreas rurais são mais voltadas ao gado. Não há documentações ou registros, o que dificulta o conhecimento do real funcionamento dessas fazendas.

     Nos dois países há desafios, ambos procuram maiores investimentos de terra e legislações mais rigorosas. Alessandra disse: “Temos discutido bastante esses desafios comuns. No Brasil mais de 50% dos pobres estão nos campos“. Prosseguindo sua fala, disse ainda: “África e América Latina são os dois continentes que recebem maiores investimentos de setores privados, devido a grande quantidade e qualidade de terras e climas bons. As agriculturas empresarial e familiar são difíceis de conciliar, pois existe uma grande diferença de interesse entre as duas. Em geral as empresas tem interesse no mercado e no lucro, diferente da agricultura familiar que visa à sobrevivência. O que se pretende é realizar o empoderamento dessas famílias para que possam ascender, para serem incluídas socialmente. A agricultura familiar gera quatro vezes mais empregos do que a agricultura empresarial na mesma quantidade de terra”.

     Ruud representou o setor privado na palestra. “O passo inicial para irmos para a Tanzânia foi a produção de biocombustível, já que tínhamos a necessidade de grandes terras, o que não possuíamos na Europa. A ideia de irradicação da pobreza veio depois.”
Ele apresentou o projeto que desenvolve com propriedades de agricultura familiar, nas quais os produtores fornecem óleos e sementes para sua empresa, que são exportadas e transformadas em biocombustível. Dessa forma gera-se outra forma de renda para esses agricultores.
 
     Ele foi questionado em relação ao risco que esses agricultores correm, e como resposta disse que algumas medidas e exigências são tomadas para não prejudicar esses agricultores e evitar riscos, como não permitir o uso de mais de 50% das terras para produção voltada ao biocombustível. “O que o setor privado está fazendo é criar uma rede de proteção aos agricultores familiares. O que fazemos, e na realidade isso está ligado ao risco, é o reinvestimento na infra-estrutura. Não devemos reduzir a produção de comida desses agricultores, pois a primeira renda vem daí”, completou.

     Uma das reclamações de Ruud foi de que as políticas públicas da África são fracas, e que só não vendem o biocombustível no mercado local, pois não existe uma política que permita isso, e por isso é obrigado a vender para a Europa ou EUA.

     Segundo Lindiwe, esse projeto permite que esses produtores utilizem partes da terra que não usariam para nenhuma outra finalidade para produzirem essas sementes e assim ter outra forma de renda, dessa forma reduzindo a pobreza na África. Isso gera um encorajamento desses agricultores para que realizem negócios com pessoas como Ruud.

     Quando questionado em relação à renda que esse projeto gera aos agricultores, Ruud disse que é um acréscimo em torno de 300 dolares anuais para esses familiares. Apesar de pouco, isso não interfere nas atividades anteriores da família, pelo contrário, gera um acréscimo na renda. Ainda está em fase de desenvolvimento, e não se sabe ao certo como vai fluir esse projeto, mas pesquisas estão sendo realizadas.

     Alessandra foi questionada sobre haver algo parecido no Brasil, e quais as dificuldades encontradas, e respondeu: “Mesmo com as dificuldades que ainda temos de assistência técnica, demos passos grandes. Aqui é muito eficiente a agricultura familiar. A dificuldade é exatamente de os países olhem para esse setor como um setor estratégico, e estabelecer formas para que as propriedades tenham outras formas de renda. Quando vemos uma terra arrendada para agro combustível, os contratos são de até 50 anos. Quando a terra for devolvida, as terras não terão condições de trabalho graças aos grandes insumos e agrotóxicos aplicados. A ausência de política publica para fortalecer mercados locais também é outro problema. O que se deve realizar é a rastreabilidade da agricultura familiar brasileira. Por exemplo, a produção de leite por esses familiares é extremamente significativa, mas esse dado desaparece quando sai da propriedade e chega às grandes empresas de laticínios. A ausência de dados é muito significativa. 28% da agricultura familiar também faz parte da exportação brasileira. Podemos utilizar o Biodísel na agricultura familiar, como alternativa de renda e empoderamento das próprias famílias sejam em forma de cooperativas ou individualmente. Para isso precisa-se de uma identificação das áreas de agricultura familiar. Há também o Programa Nacional de Alimentação Escolar do Brasil, no qual a escola pode consumir alimentos saudáveis que vem desses agricultores localizados próximos a ela, ao invés de iniciar parcerias com as empresas privadas”.

HUMANIDADE 2012


HUMANIDADE 2012

     Estivemos no Forte de Copacabana participando do evento HUMANIDADE 2012. O evento foi uma iniciativa que visou realçar o papel que o Brasil exerce no contexto atual como um dos líderes do debate sobre o desenvolvimento sustentável, através de temas como energia, educação, segurança alimentar e trabalho. O intuito do evento foi refletir e aprofundar o compreensão entorno de um modelo de desenvolvimento que considera os impactos passados, presentes e futuros a fim de buscar melhores condições de vida embasados no crescimento econômico, desenvolvimento social, e respeito ao meio ambiente e a forma como esses conceitos tem se traduzido em iniciativas e ações importantes em nosso país. No evento todos os materiais utilizados incluindo andaimes, tapumes, móveis e até mesmo o lixo gerado foram reaproveitados.

     O local onde ocorreu o evento foi elaborado pela cenógrafa Bia Lessa, que diz: “Através dessa construção o Brasil pretende unir diferentes povos e colaborar de forma concreta para a transformação do planeta. Estamos diante de um limite onde não há mais espaço para o pensamento voltado apenas ao acúmulo de capital”.

     Comentou também sobre o evento o presidente da FIESP, Paulo Skaf: “Humanidade 2012 é um lugar onde a sociedade civil evidenciará o protagonismo e as ações práticas nacionais do desenvolvimento sustentável. Para tanto é fundamental a participação da indústria no debate e na implantação de ações que asseguram o futuro com qualidade de vida”.

     O evento teve apresentações culturais como a peça de teatro “Mobilização pela Diversidade, os Inclusos e os Sisos” coordenado por Natália Simoneti, que abordou temas como preconceito e inclusão social, contando com uma pessoa para traduzir em LIBRAS e também um telão onde se passou todo o texto narrado pelos personagens.

     O evento também contou com uma exposição aberta a toda a sociedade civil que foi abordada em uma postagem abaixo com informações mais detalhadas.

                          Telão de apresentação do evento


segunda-feira, 18 de junho de 2012


Painel no corredor de acesso ao Pavilhão T no Riocentro

Riocentro

Em visita ao Riocentro, local onde pesquisadores das mais variadas áreas e vertentes debatem os principais temas ambientais e suas possíveis soluções. É, também, o local onde se reúnem, paralelamente, governantes e autoridades de todo o planeta a fim de estabelecer parâmetros, critérios e metas a serem estabelecidas e cumpridas nas próximas décadas, esta conferência, porém, é fechada ao público.

Representantes do CATM na entrada do evento

Dentre as várias opções de palestras pelo recinto, acompanhamos  pela parte da manhã  a discussão sobre a Carta da Terra, que tem o intuito de promover a transição para formas sustentáveis de vida e de uma sociedade global fundamentada em um modelo de ética compartilhada, incluindo o respeito e o cuidado pela comunidade da vida, a integridade ecológica, a democracia e uma cultura de paz. Para tanto, estavam presentes pesquisadores, líderes religiosos e entidades governamentais como era o caso do ministro Herman Benjamin, que iniciou seu discurso contestando o fato de o país estar gastando 250 milhões de reais com o evento, que está sendo pago por nós, brasileiros, ressaltando assim a importância das tomadas de decisão por parte dos governantes para que a população não perca duas vezes, já que o fracasso da conferência aumentaria os problemas socioambientais para as gerações futuras.

Governantes, autoridades e academia durante debate 


Saguão principal de exposições no Riocentro
Segundo, Klaus Bosselmann, professor da Universidade de Auckland, regras formas culturas; boas regras criam bons hábitos sociais, porém, regras ruins criam o chamado contra hábito.  Este fenômeno joga a sociedade contra estas praticas, tendo-se o efeito oposto ao esperado. As medidas e decisões que veem sendo tomadas estão tendo esta conotação. O grande problema deste fenômeno, segundo o pesquisador, é que em um futuro próximo,  em uma próxima conferência a geração que está crescendo agora terá conceitos fracos e falhos acerca das questões mais críticas relacionadas às questões ambientais. “Não se deve levantar bandeiras e brigar por causas independentemente. O problema não está só na água, nem só nas matas e nem no ar. Vivemos em um planeta integrado onde os fenômenos naturais envolvem todos os parâmetros ambientais e estão relacionados ao social já que o ser humano nada mais é do que uma parte deste complexo sistema”.





Na sequência, acompanhamos o painel “Produtores Rurais discutem o futuro com Soberania Alimentar e Agroecologia”, onde especialistas explanaram sobre a complicada situação atual referente ao uso e ocupação da terra em um cenário onde pela primeira vez tem-se uma população mundial urbana superior à rural.
Quadro relacional dos principais agravantes ambientais


 Acredita-se que em 2050, seis bilhões de pessoas (70% da população) estarão vivendo nas grandes cidades, o que acarretaria no aumento significativo da área urbana e, consequentemente, a diminuição das áreas rurais, produtivas inclusive. Com isso, as áreas rurais tendem a  avançar  sobre as áreas de preservação, prejudicando a qualidade de corpos hídricos, a biodiversidade, os solos e o ambiente como um todo. Isso ficou ainda mais  evidente com a crise de 2008, onde a redução da importação de alimentos por parte dos países desenvolvidos ocasionou uma diminuição da disponibilidade dos alimentos, já que nestes países as áreas produtivas são reduzidas. 

Duas das soluções apresentadas foram o uso de novas tecnologias para o plantio urbano em pequena escala, como a hidroponia, e as agroflorestas, que consiste na utilização dos recursos naturais de forma que estes facilitem e melhorem a qualidade da produção sem ter seu mecanismo natural alterado.
Quando questionamos se tal meotodologia funcionaria nos biomas brasileiros, obtivemos que em biomas muito fechados, como o amazônico, isso se torna inviável, já que a floresta é muito densa, mas que em regiões como o pantanal e o cerrado, a vegetação menos densa permite o plantio de culturas como o arroz.


domingo, 17 de junho de 2012

Exposição do Humanidade 2012



            Em termos gerais pode-se dizer que a exposição explorava todos os sentidos os seres humanos e recursos tecnológicos de modo a obter uma interação entre público e os temas explorados. Montada no Forte de Copacabana, ela dispunha de vários ambientes proporcionando aos visitantes sensações, emoções e conhecimentos diversificados.
Sala 1 - Parede representativa dos resultados das ações humanas
                A primeira sala, denominada “Sala do Mundo em que Vivemos”, tem como objetivo representar o planeta na forma em que ele se encontra nos dias de hoje; tal representação, entretanto, não foi realizada na forma convencional, a ideia do antropoceno foi comporta por um conjunto de sons, desenhos, luz e máquinas. No teto estavam desenhadas pegadas, cada qual representando a população existente; em uma das paredes havia uma máquina incumbida de mostrar o resultado das ações humanas, ou seja, através dos borrões e apagões, por ela proporcionados nos desenhos da parede, verificava-se os resultados das ações humanas no planeta, ações essas que o danificam de forma acentuada. Na parede oposta estavam as criações humanas, fatores e ações que resultaram na composição do mundo em que vivemos hoje.
Sala 2 - Painel a referente ao petróleo.
               

  “Sala Mundo Dividido” apresenta em diversos painéis, contagens em tempo real de vários números com os quais vivemos diariamente, mesmo se saber. Estavam entre eles: número de nascimentos hoje, dias até acabar o petróleo, população do mundo neste momento, etc.



Sala 3 - Parede representativa da sala
    O terceiro ambiente: “Sala Homem e suas Conexões”. Local escuro, parede preta com escritas em línguas variadas fazendo referência às relações dos homens com o ambiente no qual está inserido, palavras em destaque, cartazes inseridos nas paredes de modo que retratassem de forma detalhada algumas relações, esse era o ambiente montado para mostrar a relação de desejos e necessidades dos seres humanos e os meios de produção industrial, tecnológica, educacional e artística.
                
         Por meio de efeitos sonoros, de cor e visual foi representada uma floresta na “Sala de Biodiversidade Brasileira” na qual procurava-se evidenciar o grande potencial da diversidade dos biomas. Era tema também do local, a atuação dos homens nos últimos 200 anos, sua ação modificadora dos ecossistemas e a necessidade de uma atitude imediata de toda a sociedade.
Sala 4 - Diversidade Humana Brasileira
                
              A sala de “Diversidade Humana Brasileira”, por sua vez, teve como objetivo mostrar a infinidade de ramificações que compõe a população nacional por meio de cubos com palavras distintas provindas de diferentes locais da Terra. Ela contou ainda com o auxílio de um jogo de cores e espelhos para enfatizar a proposta.

             A sexta sala é a “Produções Humanas”. Destacou-se ali a indústria e suas ramificações, a partir das megacidades e do aumento populacional mundial, necessidade de abastecimento de energia, comunicação, água, esgoto, alimentos, transporte, resíduos, etc.
Sala 5 - Produções Humanas
Sala 6 - Rio de Janeiro
                Com recurso 3D, o Rio de Janeiro foi representado na sétima sala como sinônimo de samba, sol, carnaval, mar, natureza e cidade.

                O sol foi o escolhido como representante das forças da natureza na “Sala Indivíduo e as Forças da Natureza”. Através da exploração dos sentidos, os visitantes experimentam uma simulação dos efeitos naturais.

                “Sala Museu do Amanhã”: a sala propõe um passeio pelo conteúdo do Museu do Amanhã, um museu de ciências diferente, onde o visitante se verá diante de um leque de possibilidades para que ele possa refletir sobre suas escolhas para o futuro. Esse local já se encontra em período de construção.

Terraço do Olhar
                Para finalizar a exposição, é realizada uma observação em tempo real e ao vivo das ações do homem no meio. O “Terraço do Olhar” gerará emoção nos que ali passarem em detrimento da paisagem observada.

Fair Ideas - PUC RIO

Plenary: Better lives, smaller footprints


Segundo painel : Better lives, smaller footprints


Camilla Toulmin (chair), Director, IIED

Foi discutido primeiramente como construir uma economia justa que lida com os limites do planeta. Como sabemos, muita coisa mudou desde o Rio92, a população aumentou e muitas pessoas que estavam na linha da pobreza estão a caminho de sair dela; em contrapartida, as lideranças mostraram claramente que os danos continuam acontecendo para as florestas, águas e para a natureza de forma geral. 

A sustentabilidade faz referência à base da sociedade, ou seja, o desenvolvimento sustentável como um todo é o responsável pelo futuro de todos; é preciso ainda apoiar as comunidades de diversos locais, pois são estas as responsáveis por cuidar do meio no qual estão inseridas. 

Investir na educação é sinônimo de proporcionar conhecimento às pessoas de modo que estas compreendam as mudanças que estão ocorrendo tanto em âmbito político como social. Tomando por exemplo, podemos dizer que é preciso vários canais pequenos que deem apoio em vários locais diferentes, aumentando então a politica de diversificação. 

Colocar valor a natureza é um meio indução de melhores decisões; é a economia de um novo século movendo a valorização do que realmente nos interessa, progredimento para uma melhor direção. 

Essa primeira parte da palestra foi então concluída através da afirmação: “independentemente do que aconteça, todos reconhecem que precisa de mudança, e essa mudança deve ser realizada em conjunto”. 


Achim Steiner, Diretor executivo do programa das Nações Unidas sobre Meio Ambiente 

Começou-se falando a respeito da governança, correlacionando-a a outros temas que interferem no desenvolvimento dos projetos. Podemos culpar os políticos pela forma errônea de se conduzir as decisões do país, mas fomos nós que os elegemos, sendo assim os verdadeiros políticos e também os tomadores de decisões somos nós. 
É importante o censo comum de responsabilidade. 
A palestra foi conduzida em cima da ideia de que existe uma pegada ecológica muito grande em um mundo pequeno. 
É obrigação de países, tanto desenvolvidos como em desenvolvimento, se adaptar à nova mentalidade sócio sustentável de modo que garantam, além de suas necessidades e interesses como o bem-estar do planeta.


René Castro Ministro do Meio Ambiente e Energia, Costa Rica 

Constatou-se que o palestrante acredita que todo o conteúdo visto e debatido na Rio 92 ficou apenas em plano teórico, relatórios e expectativas expostos não entraram passaram de um pensamento divulgado. 

O que se fez inicialmente era proteger os parques e algumas reservas, porem com o constante crescimento das atividades agronômicas ,mudou-se para propriedades, e problemas, maiores. Os fazendeiros acreditam que enquanto eles estão desmatando e posteriormente plantando eles estão contribuindo para a produção de oxigênio, porém essa ideia é errônea. Deve-se repensar em como usar os produtos da floresta, de modo que o uso dessa seja decrescente. 

Assim, o Professor explanou como foi a experiência vivenciada por ele na Costa Rica, onde foi possível conciliar o crescimento da atividade agronômica com a preservação das florestas, contribuindo para a segurança alimentar e aumentando as áreas de proteção ambiental.


Kate Raworth, Pesquisadora Senior Oxfam Gb, Reino Unido 

Segundo Kate, os economistas conservacionistas seguem The circular flow of Money and goods muito a risca, sem levar em consideração outros fatores que afetam o ciclo econômico, como os recursos naturais, a poluição gerada,a economia não paga (trabalho não pago, mas de valor, como cuidar da casa e da família enquanto outras pessoas da familia geram a ‘economia’, trabalhando) , desigualdade social (gerada pelo pagamento inadequado). 

Essa idéia está intrínseca em todos, mas não temos ideia disso.
Modelo seguro sugerido por Kate
Assim, ela sugere transformas o fluxo em um grande ‘donuts’: The Diagrama Nine Planetary Boundaries, onde temos a área  verde no centro d ‘rosquinha’ e a área de segurança ao seu redor, onde deveríamos estar.
Para isso, temos que ter um desenvolvimento econômico igualitário, trazendo isso para o centro das discussões.
Para entender de economia, primeiro você deve entender sobre o ambiente, as pessoas, e como tudo isso interfere no processo econômico.

Johan Rocktrom, Diretor executivo,  Stockholm Resilience Centre, Suécia

Quais são os processos do sistema planetário que cuida de sua sustentabilidade.
Antropocena: a analise dos limites planetários vem de antes.Todos o gráficos vistos estao mostrando uma pressão muito forte sobre o planeta devido ao crescimento, chegando então ao ponto crucial ao seu humano.
Não existe razão cientifica para não ação, é preciso se mover. A biosfesra é crítica para o bem estar humano.
A ciência esta avançando o tempo inteiro.

A perda da biodiversidade: existe um limite? 
Sim, estamos dentro de 1/6 de espécies extintas, como visto no Brasil. Existe todo um questionamento em cima disso, tanto pelos EUA, assim como pelos países pobres, é preciso estabelecer uma divisão mais justa de todo esse espaço global, compartilhando orçamento de recursos. Esse desenvolvimento deve ser para o mundo.

Como nós saímos da consciência para a ação? Relacionada com a politica do governo assim como com as outras organizações?
Vivendo uma batalha e luta política, pessoas que querem desesperadamente a mudança no governo assim como a sociedade, todavia existe outro grupo de pessoas que querem comprar seus próprios bem sem melhorar, sem tem uma economia mais eficiente. É preciso fazer essa batalha de interesse, podendo ser ela racional com pesando dos pros e contras e pode ser mais conflituosa. Com a falta de progresso vista no momento, acreditasse que será a segunda opção.



FairIdeas - PUC RIO

Painel:Transformando a Inovação para a Sustentabilidade

Palestrante: Melissa Leach, Johan Rockstrom, Lidia Brito e Glauco Arbix

Glauco Arbix, presidente da FINEP
Segundo Melissa, devemos lembrar sempre que os limites planetários não são  estáticos.. Assim, de nada vale avaliar as mudanças dos últimos 20 anos, se não analisarmos  as mudanças dos últimos 40 anos.É hora de pensarmos mais criticamente a respeito sobre a inovação, para que possamos capacitar a população humana e transformar o modo de ‘fazer’ a inovação!

Para isso, devemos ter uma viso em 3D, ou seja, visando a  Direção, Diversidade e Distribuição.

A Direção nos garante a claridade dos objetivos que levam a inovação e nos leva agir dentro do espaço seguro para a aplicação da inovação.

A Diversidade, ou seja,a  pluraridade de valores, garante que o seu projeto resista ao travamento, responda a variedade de contextos e valores e resista às incertezas.

A Distribuição preza pelo compartilhamento das operações seguras entre as pessoas, países e instituições.
‘Pensar em inovação não é só pensar em tecnologia, mas também no lado sociopolitico’ , disse Melissa.
Já segundo Johan Rockstrom, é no auge da crise que as ideias inovadoras surgem, porem, todas as pessoas devem estar capacitadas tecnicamente para quando a crise surgir, e a janela se abrir, criar uma ideia inovadora.
Lidia Brito nos afirma ainda que de nada adianta se pensar nos caminhos para ideias sustentáveis se a comunidade não vivem de maneira sustentável.
Glauco Arbix, Presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), afirmou que, atualmente, o Brasil está investindo muito mais na inovação da tecnologia do que no passado. Essa mudança na forma de investimento está diretamente relacionada às novas formas de energia que o Brasil está desenvolvimento, como o projeto ETANOL e a energia eólica.



Museu do Universo - Planetário do Rio de Janeiro

Sapatos feitos a partir de fibra de naterial natural, como a soja
Em visita ao Museu do Universo, nos deparamos com a exposição das atividades desenvolvidas nas escolas municipais do Rio de Janeiro pelas crianças de 4 a 12 anos, com atividades de reciclagem e educação ambiental.

Além disso, tivemos a oportunidade de conhecer os sapatos produzidos a partir de fibras naturais, como soja e bambu. 


Artigos da Casa Sustentavel

Desenhos que as crianças envolvidas fizeram sobre o tema Rio+20

Maquete sobre cidades sustentaveis feitas pelo projeto



FairIdeas - PUC RIO

Palestra ministrada por Nnimmo Bassey, Chair, Friends of Earth International              

Fair Ideas - PUC RIO: Ideias Justas para um mundo sustentavel
Ao desenvolver da palestra colocou-se em pauta a necessidade de se falar em energia sustentável, mas não somente falar, mas pensar a respeito dela antes e depois do evento realizado no Rio. O fato de se pensar nessa  alternativa já se mostra uma boa opção; é tempo de refletir a forma com que o mundo tem se desenvolvido.
                Discutiu-se a respeito da forma com que a energia tem sido utilizada, tanto nos países como a Nigéria e Venezuela, mas também em países como o Canadá, ja que em todo local se paga pela energia utilizada, é o povo que a subsidia, desse modo a energia sustentável seria benéfica tanto em termos ambientais como econômicos e sociais.
                Existem três partes do desenvolvimento sustentável: justiça social, responsabilidade e produção. O que ainda falta é a parte política do processo, é o engajamento por parte das pessoas; se fala muito em economia verde, porém não se apresenta uma solução clara a respeito de tal, é preciso que todos façam parte desse desenvolvimento de modo a colocar a sociedade na direção, considerada pelo palestrante, certa.

                Avaliar o passado é uma solução para melhorar o futuro.

                Questionou-se a respeito do novo código florestal relacionando-o com a Amazônia. Em resposta, verificou-se que o palestrante acredita que na decisão governamental existiu bom equilíbrio entre as questões econômica, ambiental e social; sendo essa em detrimento a relação entre a reposição ambiental em áreas degradadas e o aspecto social. A medida tomada foi a elaboração de faixas de terras em locais previamente degradados, as quais podem ser aproveitadas pela população sem acarretar na degradação ao meio.

Representantes do CATM no primeiro dia de FairIdeas
                Perguntou-se ainda sobre a coerência política, especificamente a respeito do transporte público. Observou-se um consenso da mesa em relação à resposta, na qual se afirmou que o transporte público deveria ser prioridade máxima, principalmente nas metrópoles onde o transito é caótico. Tal decisão e ação por parte dos governamentais não é uma atividade simples, pois se trata de uma decisão coletiva, envolvendo não somente governos federais, estaduais e municipais como também a sociedade em questão.