Painel no corredor de acesso ao Pavilhão T no Riocentro |
Riocentro
Em visita ao Riocentro, local onde pesquisadores das mais
variadas áreas e vertentes debatem os principais temas ambientais e suas
possíveis soluções. É, também, o local onde se reúnem, paralelamente,
governantes e autoridades de todo o planeta a fim de estabelecer parâmetros,
critérios e metas a serem estabelecidas e cumpridas nas próximas décadas, esta
conferência, porém, é fechada ao público.
Representantes do CATM na entrada do evento |
Dentre as várias
opções de palestras pelo recinto, acompanhamos
pela parte da manhã a discussão
sobre a Carta da Terra, que tem o intuito de promover a transição para formas
sustentáveis de vida e de uma sociedade global fundamentada em um modelo de
ética compartilhada, incluindo o respeito e o cuidado pela comunidade da vida,
a integridade ecológica, a democracia e uma cultura de paz. Para tanto, estavam
presentes pesquisadores, líderes religiosos e entidades governamentais como era
o caso do ministro Herman Benjamin, que iniciou seu discurso contestando o fato
de o país estar gastando 250 milhões de reais com o evento, que está sendo pago
por nós, brasileiros, ressaltando assim a importância das tomadas de decisão por
parte dos governantes para que a população não perca duas vezes, já que o
fracasso da conferência aumentaria os problemas socioambientais para as
gerações futuras.
Governantes, autoridades e academia durante debate |
Saguão principal de exposições no Riocentro |
Segundo, Klaus Bosselmann, professor da Universidade de
Auckland, regras formas culturas; boas regras criam bons hábitos sociais,
porém, regras ruins criam o chamado contra hábito. Este fenômeno joga a sociedade contra estas
praticas, tendo-se o efeito oposto ao esperado. As medidas e decisões que veem
sendo tomadas estão tendo esta conotação. O grande problema deste fenômeno,
segundo o pesquisador, é que em um futuro próximo, em uma próxima conferência a geração que está
crescendo agora terá conceitos fracos e falhos acerca das questões mais
críticas relacionadas às questões ambientais. “Não se deve levantar bandeiras e
brigar por causas independentemente. O problema não está só na água, nem só nas
matas e nem no ar. Vivemos em um planeta integrado onde os fenômenos naturais
envolvem todos os parâmetros ambientais e estão relacionados ao social já que o
ser humano nada mais é do que uma parte deste complexo sistema”.
Na sequência, acompanhamos o painel “Produtores Rurais
discutem o futuro com Soberania Alimentar e Agroecologia”, onde especialistas explanaram
sobre a complicada situação atual referente ao uso e ocupação da terra em um
cenário onde pela primeira vez tem-se uma população mundial urbana superior à
rural.
Quadro relacional dos principais agravantes ambientais |
Acredita-se que em
2050, seis bilhões de pessoas (70% da população) estarão vivendo nas grandes
cidades, o que acarretaria no aumento significativo da área urbana e,
consequentemente, a diminuição das áreas rurais, produtivas inclusive. Com isso,
as áreas rurais tendem a avançar sobre as áreas de preservação, prejudicando a
qualidade de corpos hídricos, a biodiversidade, os solos e o ambiente como um
todo. Isso ficou ainda mais evidente com
a crise de 2008, onde a redução da importação de alimentos por parte dos países
desenvolvidos ocasionou uma diminuição da disponibilidade dos alimentos, já que
nestes países as áreas produtivas são reduzidas.
Duas das soluções apresentadas foram o uso de novas tecnologias para o plantio urbano em pequena escala, como a hidroponia, e as agroflorestas, que consiste na utilização dos recursos naturais de forma que estes facilitem e melhorem a qualidade da produção sem ter seu mecanismo natural alterado.
Quando questionamos se tal meotodologia funcionaria nos biomas brasileiros, obtivemos que em biomas muito fechados, como o amazônico, isso se torna inviável, já que a floresta é muito densa, mas que em regiões como o pantanal e o cerrado, a vegetação menos densa permite o plantio de culturas como o arroz.